18 maio 2014

Primária



A inscrição na primária já esta feita há um mês. A Eva vai para a escola. Uma nova etapa começa e novas preocupações, novos desafios estão para chegar. Considero que esta é uma das primeiras grandes mudanças na vida de uma pessoa. O inicio de um caminho que pode correr bem e ser um sucesso, como pode começar mal e ser um tormento.

Já ando com imensos receios e numa ansiedade terrível, tenho de admitir. Confesso que o ensino em Portugal me preocupa, seja ele público ou privado. Neste caso, optámos pelo público e aqui a realidade é outra, à qual eu não estou habituada. Actualmente, a Eva frequenta uma escola IPSS, super simpática, em que a preocupação com o bem-estar, o desenvolvimento e o crescimento da criança são considerados. 
Na primária, muita coisa será diferente, a metodologia de ensino não é de todo virada para a criança, mas sim virada para um sistema em que as metas e os objectivos é que ditam as regras. Às tantas é uma ideia errada, mas julgo que não. Tenho a noção que as regras vêm de "cima" e em (quase) todos os casos sem olhar para a actual realidade, sem olhar para as crianças que temos nas nossas escolas, sem considerar a vida de uma criança hoje.

Temo que o respeito pela liberdade de expressão, o respeito pelo tempo de aprendizagem da criança e pela sua individualidade não exista sequer. Ou a ela entra no sistema e tem "boas notas" e conta positivamente para as metas, ou é rapidamente rotulada para que não entre para as estatísticas e afecte a avaliação da escola/professor.

As notas são um stress a que a criança esta sujeita. " Tens de ter boas notas!" "Tens de ser a melhor". Os pais vivem numa ansiedade para que a sua criança saiba e cumpra as metas estabelecidas pelo sistema e pela sociedade. E quando isso não acontece há que ver, há que tentar perceber porque não sabe, porque não cumpre, porque não é "igual" aos outros... Muitas vezes e simplesmente a questão prende-se com o tempo de aprendizagem da própria criança. Não há nada de errado com ela, basta que lhe dêem tempo para aprender, que lhe devolvam o seu tempo e o seu espaço.

Actualmente as crianças mal têm tempo para ser crianças, digo para brincar, correr, pular, a realidade é que ir ao parque e descer um escorrega é programa mensal em muitos dos casos... são tantas as actividades extra e curriculares, tantos os trabalhos e afazeres de uma criança que às vezes chego a pensar que aos 6 anos a criança dá o "salto" e entra na idade adulta. Há uma rotina tão, mas tão rigorosa e organizada que uma criança tem a cumprir que ela mesma vive numa ansiedade para fazer tudo e conseguir.

Pensando bem, será benéfico infligir todo este stress a uma criança de 6 anos? Quem diz 6, diz 7/8 e até 12/15 anos??? Que necessidade há em que eles frequentem um sem números de actividades e ocupações diárias? Eu sei que em muitos casos, não há possibilidade de os trazer para casa depois o horário escolar, e então inventa-se ocupações, mas não seria melhor inscreve-los antes em espaços onde eles possam só brincar? Espaços onde a crianças possam apenas fazer o que mais gostam, que é brincar e imaginar. Eu acredito que se assim fosse, havia menos crianças cansadas, stressadas e talvez até deprimidas.

Quando inscrevi a minha filha e tendo em conta o estilo de vida que escolhemos para nós, não fazia sentido inscreve-la nas actividades extra-curriculares, nem no ATL. A Eva irá à escola, cumprirá apenas o horário normal de aulas e depois virá para casa fazer os trabalhos quando existirem e brincar com os irmãos. 
Penso que para nós, enquanto família fiz a melhor escolha, mas só o tempo o dirá. Até pode acontecer que ela me peça para ir ao ATL brincar com os amigos, mas aí a escolha já será dela, e não minha. Eu não vou impor nada. A única responsabilidade que lhe exigirei nesta fase será sobre a escola.

02 maio 2014

Vinda do bom tempo

Há muito que ansiávamos por dias como estes... sol, calor, tempo bom para corridas, brincadeiras ao ar livre e piqueniques.

Eu acho que as miúdas já andavam a ficar loucas devido à falta de bom tempo na vida delas. Mas têm sido dias tão bons, mas tão bons. Temos passeado, andado de bicicleta vamos ao parque depois da escola. 



Sinceramente, eu acho que já cheirávamos todos a mofo!

Temos também aproveitado os dias bons para fazer grelhados e comer no terraço. Tem sabido tão bem. Relaxar na rua. Comer ao som dos passarinhos. As miúdas adoram comer na rua. Este terraço fazia-nos imensas falta.



Só vos digo aproveitem estes dias, saiam com os vossos filhos, façam muitos passeios, andem de bicicleta, levem-nos à praia e deixem-nos ser crianças, aproveitar o que a vida tem de melhor para eles... eles agradecem.