27 março 2014

A Televisão



Até que ponto ela ajuda no crescimento e desenvolvimento de uma criança? Das minhas crianças, para ser mais especifica?
Na Sara não noto tanto, mas na Eva, mais velhinha já com 5 anos, percebo que há uma certa dependência, um gosto especial em perder horas a ver televisão.
Comecei a dar conta que ela até acorda cedo para ver os desenhos animados, e mais que isso, noto que esta a desenvolver um comportamento consumista por ver certos anúncios.
Do género "Mãe quer isto", "Mãe, compras-me aquilo?" "Mãe, anda cá, vem ver, é isto que eu quero que compres."
Dei comigo a pensar até que ponto a TV enriquece e auxilia o crescimento deles? Vale a pena incentivar as nossas crianças a ver e a assistir a certos programas? Os canais de crianças são realmente pensados e organizados para a malta mais pequena? Os próprios desenhos animados estão, efectivamente pensados para crianças?
Tantas, tantas duvidas que realmente a conclusão a que chego é que eles passam bem melhor sem TV. 
De facto é giro incentivar o lado mágico e sonhador da criança ao ver desenhos animados. Despertar neles a capacidade de imaginar e de criar super heróis, princepes e princesas, mas para isso basta-me ter uns bons DVD's em casa e pronto. Eu escolho o que vêm e sei perfeitamente que nos intervalos não serão bombardeados com anúncios de jogos, brinquedos e guloseimas.
A semana passada, fizemos um teste. Passámos uma semana inteira sem TV, e o resultado foi que elas brincaram muito mais com os brinquedos delas, exploraram mais o espaço que agora têm e até adormeceram bem melhor.
Na Sara o efeito da TV nota-se imenso, no dias que ela vê mais, depois dorme muito mal, acorda muitas vezes agitada e tem sonhos, também me pede coisas que vê nos anúncios e de certa forma vejo-a a imitar o que aprende, por vezes tem tendência para ir buscar o que de pior aprende.
Na Eva é que noto maior dependência, talvez pela idade, não sei. Para o ano vai iniciar a escola primária e eu queria que ela já fosse a perceber que o dia tem muitas horas e que nem todas são para brincar, portanto gostava que as que terá vagas, que as usasse para brincar na rua ou com as coisas dela, ao invés de estar sentada a ver TV e a dar-se a um completo estado de preguiça.
A minha ideia inicialmente, não era proibir o acesso à TV, mas sim diminuir o tempo disponível para ela. Na segunda-feira, e após uma semana sem ver, a Eva pediu e eu acedi, deixei ver um pouco, no tempo que sobrava entre o banho tomado e o jantar na mesa (coisa de 20 minutos). Terminou muito mal. Eu avisei muito bem, que quando a comida estivesse servida a TV seria desligada e o tempo de ver terminaria. Ela não aceitou nada bem, reagiu tão mal, mas tão mal que acabei mesmo por decidir proibir ver TV durante a semana, e ponto final. O que é que aconteceu? Então, a moça queria tanto, mas tanto continuar a ver que nem queria jantar, disse que já não tinha fome, de assinalar que antes do banho me tinha pedido para devorar este mundo e outro. Resultado, foi deitar sem jantar, porque ela decidiu não comer. Eu nem conto mais do que se passou nesse fim de noite, porque a birra foi tal que nos zangamos mesmo. 
Ela esta numa fase difícil. É preciso muita firmeza para estabelecer limites e não deixar que ela os ultrapasse. 

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